O Governo do Paraná, sob a liderança do governador Carlos Massa Ratinho Junior, anunciou o uso de mão de obra de pessoas privadas de liberdade para auxiliar na reconstrução de escolas, creches e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) que foram devastadas por um tornado em Rio Bonito do Iguaçu, na região Centro-Sul do estado. A iniciativa integra o programa Mãos Amigas e visa acelerar a recuperação da infraestrutura de ensino.
A ação é coordenada pela Secretaria de Estado da Educação, por meio do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), em conjunto com a Secretaria de Estado da Segurança Pública. O objetivo principal é aliar a reintegração social dos detentos à recuperação dos espaços públicos.
Detentos do Regime Semiaberto no Programa Mãos Amigas
Neste primeiro momento, 14 pessoas privadas de liberdade, oriundas de Guarapuava (sendo quatro da Cadeia Pública de Laranjeiras do Sul e dez da Penitenciária Estadual de Guarapuava), estão atuando na cidade, sob a supervisão de monitores da Polícia Penal.
Os participantes são presos do regime semiababerto, selecionados por bom comportamento e que já cumpriram parte de suas penas. O programa Mãos Amigas é uma iniciativa pioneira no Paraná que utiliza o trabalho prisional na manutenção, conservação e reparos das unidades escolares estaduais.
Benefícios da Remição de Pena e Expansão da Equipe
A participação no programa é um incentivo à reinserção social, pois, a cada três dias trabalhados, o detento tem um dia de redução na pena. Além disso, a iniciativa contribui para o desenvolvimento de habilidades profissionais e fortalece o senso de pertencimento social dos participantes.
O governador Ratinho Junior afirmou que a equipe será ampliada, com a expectativa de chegar a 30 detentos do Mãos Amigas para auxiliar na limpeza dos entulhos, buscando rapidez para que “em breve as crianças e adolescentes voltem para a escola”.
Foco na Remoção de Entulhos e Reparos Urgentes
O grupo inicial está focado na remoção de entulhos e limpeza do Colégio Estadual Ludovica Safraider, um dos mais atingidos pela tragédia e que teve seu ginásio totalmente destruído, necessitando de reconstrução completa.
Além da mão de obra carcerária, o Governo do Estado destinou recursos do Fundo Rotativo – um recurso repassado diretamente às escolas para reparos emergenciais – no valor de R$ 50 mil para o Colégio Estadual Ireno Alves dos Santos e R$ 25 mil para o Colégio Estadual Ludovica Safraider, para a realização de ações imediatas de recuperação.
Levantamento de Danos para Contratação de Obras
A partir desta terça-feira (11), outros 16 detentos da regional de Cascavel se juntariam ao trabalho, sendo divididos em quatro equipes. Embora não integrem o Mãos Amigas, eles possuem autorização da Polícia Penal para a realização de serviços externos, somando-se ao esforço de reconstrução.
Engenheiros do Fundepar e técnicos do Núcleo Regional de Educação estão realizando o levantamento técnico dos danos. A contratação emergencial das obras estruturais dependerá da conclusão da fase de limpeza e remoção de entulhos para uma avaliação completa da extensão da destruição.
Autor: Daria Alexandrova
